sexta-feira, 23 de abril de 2010

Planeamento: o atleta, a carga e a estratégia





Conhecer a Condição Física, Técnica e Psicológica dos Atletas para poder potenciá-la…

O início da época desportiva torna-se, cada vez mais, um factor fulcral para o sucesso desportivo do campeonato e consequentemente para a obtenção dos objectivos anteriormente previstos.

Para muitos torna-se imperceptível por onde começar a abordagem sistemática ao treino de forma a contemplar a trilogia que compõe o fenómeno do processo de treino: física (aumento e potencialização das capacidades motoras), psicológica e técnico-táctica (sim porque na minha opinião são as duas faces da mesma moeda).


Antes de mais, importa realçar que o conjunto dos atletas de que dispomos apresenta uma conjuntura extremamente heterogénea (diferente) e que devemos respeitar cada um como uma peça imprescindível para a construção do puzzle de que dispomos, onde nos completámos mutuamente.

A diferença deve, acima de tudo, ser respeitada para que o desenrolar do processo de treino ocorra da melhor forma, potencializando em cada um dos atletas as capacidades que se nos afiguram menos produtivas, sem perda do controle e liderança do grupo de trabalho.

Outro ponto fundamental, será a qualidade do trabalho a implementar nos treinos, rentabilizando os aspectos inerentes á preparação, aprendizagem e formação do atleta, preparando-o adequadamente para, de futuro, apresentar-se apto e disponível às exigências que o jogo vai solicitar.

Assim, é imperioso que o treino contemple uma preparação multidisciplinar onde não há espaço para a saturação, onde a diversidade dos exercícios é uma constante e onde o respeito e a aplicação no trabalho efectuado é primordial na conquista dos objectivos propostos para o mesmo.

Treino = Jogo Jogo = Treino
No entanto, podemos trabalhar a resistência de uma forma lúdica e com entrega total dos atletas, criando um ambiente salutar. Podemos trabalhar as capacidades motoras, ao mesmo tempo que trabalhamos as capacidades técnicas, bem como as capacidades técnicas com uma carga táctica associada.

O treino é um espaço comum de vivências intensas onde os atletas e todo o Staff comungam inúmeras horas do mês, onde deverá prevalecer a entrega, o companheirismo, e sobretudo o sentimento de partilha. Assim, a sua elaboração deve ser preparada minuciosamente em função das necessidades semanais, tendo em conta os objectivos previamente definidos, reinando uma Coesão de grupo forte liderada por um “Cabecilha” que transpira ambição, respeito, tolerância, organização e confiança.

O treinador deve propor durante a preparação da sua equipa, diversos desafios (entendam-se jogos) com índices de dificuldade diferentes, afim de poder tirar ilações acerca dos aspectos que deverá corrigir, bem como dotar a sua formação de uma mentalidade táctica vencedora e competitiva, elevando os níveis de confiança e determinando a coesão de grupo na procura da conquista do objectivo.

O que devemos e podemos fazer inicialmente (período pré-competitivo)…

Avaliações fisiológicas dos atletas

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4 x 15 metros, componente de arranque;
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2 x 30 metros, componente de aceleração;
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2 x 40 metros, componente de velocidade máxima;
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Resistência aeróbia;
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Força geral
*
Relação Peso / Altura (Índice de Massa Corporal);

* Treinos: Período correspondente a 2 meses (3 treinos semanais)

1ª Etapa: quatro semanas

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Ênfase no trabalho aeróbio: corridas contínuas;
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Elevação do limiar anaeróbio: métodos - contínuo, intervalado;
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Ênfase na resistência muscular localizada – abdominal, dorsal, superior e inferior";
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Treino intervalado misto: 100 a 500 metros - "pirâmide";
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Treino intervalado: 50 a 300 metros de forma crescente/decrescente;
*
Início da homogeneização da forma atlética: sectores e individual.

2ª Etapa: 2 semanas

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Ênfase no trabalho anaeróbio (exercícios de curta duração);
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Treino láctico - repetições de 120 metros;
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Treino aláctico - distâncias entre 5 a 30 metros;
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Potência - exercícios com elásticos, circuitos;
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Coordenação com e sem bola (força, velocidade, agilidade);
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Aumento da individualização do trabalho (especificidade);
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Aproximar a média do grupo e orientações específicas;
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Recuperação: capilarização, trote, banhos e hidroginástica.

3ª Etapa: 2 semanas

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Velocidade e agilidade;
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Manutenção da forma física;
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Treinos especiais na piscina (força geral, dinâmica de grupo).

* Este plano está adaptado às solicitações da maior parte das equipas amadoras. Porém, não podemos esquecer que esta abordagem “física” não se dissocia do trabalho com bola, e todas as situações podem ser adaptadas, sempre que possível, desde que os objectivos do treino não sejam descurados. A salientar que durante a 2ª e 3ª etapa a equipa deverá efectuar os referidos jogos/treino para os fins acima referidos.

Tudo porque é a bola que faz mover o atleta, é por ela que todos correm...

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